Agressor baleado por soldados em um tiroteio antes de ser preso e levado ao hospital, a embaixada relata que a equipe está “segura”.
Um homem armado que atirou contra a embaixada dos Estados Unidos em Beirute foi preso após ser ferido em resposta ao fogo.
O ataque à embaixada na manhã de quarta-feira foi perpetrado por um cidadão sírio, segundo os militares libaneses. O incidente ocorre em meio ao aumento das tensões em toda a região, enquanto Israel continua sua guerra em Gaza.
O agressor, ferido em tiroteio com soldados, foi preso e levado ao hospital. O exército disse em comunicado no X que o agressor era cidadão sírio e que estava investigando o incidente.
Não ofereceu mais detalhes, mas uma foto que circula nas redes sociais mostra um homem ensanguentado vestindo um colete com “Estado Islâmico” escrito em árabe e as iniciais inglesas “I” e “S”.
Reportando do lado de fora da embaixada, Zeina Khodr da Al Jazeera notou a “forte presença de segurança”, com o exército libanês não permitindo a entrada de pessoas no complexo.
A embaixada, que fica no subúrbio de Awkar, no norte da cidade, disse que “disparos de armas leves” foram relatados às 8h34 (05h34 GMT) “nas proximidades da entrada” do edifício. Acrescentou que o pessoal da embaixada estava “seguro”.
Às 8h34, horário local, foram relatados disparos de armas leves nas proximidades da entrada da Embaixada dos EUA. Graças à rápida reação da LAF, da ISF e da nossa equipe de segurança da Embaixada, nossas instalações e nossa equipe estão seguras. As investigações estão em andamento e estamos em contato próximo…
— Embaixada dos EUA em Beirute (@usembassybeirut) 5 de junho de 2024
A mídia local informou que o tiroteio durou quase meia hora. Um membro da equipe de segurança da embaixada teria sido ferido, enquanto o exército vasculhava a área em busca de outros possíveis agressores, segundo uma fonte de segurança falando à agência de notícias Reuters.
Fontes de segurança libanesas sugeriram que o agressor detido pode não ter agido sozinho, disse Khodr. As autoridades sugeriram que até quatro outros homens armados estiveram envolvidos no ataque.
Raiva
A embaixada fica ao norte de Beirute, numa zona altamente segura, com vários postos de controle ao longo do caminho até a entrada. Mudou-se para lá após um ataque suicida em 1983 que matou 63 pessoas.
A tensão tem sido elevada no Líbano desde que a guerra de Israel em Gaza começou em Outubro. O grupo armado Hezbollah, ligado ao Irão, tem estado envolvido em ataques mútuos com Israel na fronteira sul do país.
Em Setembro do ano passado, um homem armado abriu fogo contra a embaixada dos EUA, sem causar vítimas. A polícia libanesa disse então que o agressor era um motorista de entregas em busca de vingança pela suposta humilhação por parte do pessoal de segurança.
Esse tiroteio coincidiu com o aniversário de um carro-bomba mortal em setembro de 1984, em frente ao anexo da embaixada dos EUA em Beirute, que matou pelo menos 20 pessoas, e os EUA atribuíram a culpa ao Hezbollah.
Em Outubro do ano passado, dezenas de manifestantes reuniram-se em frente à embaixada para manifestar-se nos primeiros dias da guerra em Gaza, e as forças de segurança libanesas usaram gás lacrimogéneo e canhões de água para os repelir.
Grupos ligados ao Irão na Síria e no Iémen também mantiveram conflitos de baixa intensidade com as forças israelitas.
“É muito cedo para dizer [what were] os motivos por trás dos ataques. Não houve qualquer reivindicação de responsabilidade”, disse Khodr.
“Desde que a guerra em Gaza aconteceu em Outubro, temos visto protestos violentos nesta área, pessoas tentando chegar à embaixada, pessoas expressando a sua raiva contra a administração dos EUA”, observou o correspondente.