Em seu perfil recente, Kurtzman diz que a sala dos redatores do “Discovery” prestou atenção ao feedback durante o processo de escrita e o internalizou quando necessário. “Nós realmente ouvimos nossos fãs na sala dos roteiristas – todos terão lido um artigo ou crítica diferente no fim de semana, e conversamos sobre o que parece relevante e o que parece menos relevante”, disse ele ao Times. A partir daí, é uma questão de descobrir no que vale a pena prestar atenção para seguir em frente. “Nós nos envolvemos em um debate democrático saudável sobre o porquê e começamos a aplicar isso; isso se infiltra nas decisões que tomamos”, admite Kurtzman.
A temporada de estreia do programa começa com Michael Burnham, de Sonequa Martin-Green, prestes a iniciar uma guerra entre a Federação Klingon e termina com ela optando por não cometer genocídio para acabar com isso. O que aconteceu no meio foi igualmente sombrio: o capitão Georgiou de Michelle Yeoh, inicialmente posicionado como o herói da série, é morto no segundo episódio, enquanto metade do primeiro casal abertamente gay da franquia, Dr. estalou logo depois. Mais tarde, o programa traria versões desses personagens de volta, mas, na época, parecia para alguns fãs que a franquia otimista que eles amavam havia se tornado “Game of Thrones” completa.
Segundo Kurtzman, o peso da primeira temporada fazia parte do plano. “A primeira temporada de ‘Discovery’ sempre teve a intenção de ser uma jornada das trevas para a luz e, em última análise, reforçar a visão de Roddenberry”, explicou ele. “Acho que as pessoas ficaram chocadas com algo que parecia mais sombrio do que qualquer ‘Trek’ antes.” Ainda assim, o cineasta insiste que “fazer uma ‘Star Trek’ sombria realmente não era nosso objetivo”. Em vez disso, diz ele, o programa fez o que praticamente todos os programas de “Trek” fizeram desde 1966: refletiu a realidade. Neste caso, infelizmente, a realidade era sombria como o inferno. “O show é um espelho que se mantém atualizado, e estávamos em 2017”, explicou Kurtzman.